quarta-feira, 25 de março de 2020

Hoje estou um pouco nostálgica, contrariando as minhas forças.



















"Os Cisnes "
Júlio Salusse (1872/1948)


A vida, manso lago azul, algumas
vezes, algumas vezes mar fremente,
tem sido para nós, constantemente,
um lago azul, sem ondas, sem espumas.

E nele, quando, desfazendo brumas
matinais, rompe um sol vermelho e quente,
nós dois vogamos indolentemente
como dois cisnes de alvacentos plumas.

Um dia, um cisne morrerá por certo.
Quando chegar esse momento incerto
no lago, onde talvez a água se tisne,

- que o cisne vivo, cheio de saudade,
nunca mais cante, nem sozinho nade,
nem nade nunca ao lado de outro cisne.

Imagem: Google

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